Saiba mais sobre a montanha mais alta do Brasil, um marco sagrado Yanomami escondido nas profundezas da Floresta Amazônica, e aprenda curiosidades surpreendentes sobre esse misterioso pico
Você já ouviu falar sobre o Pico da Neblina? Essa montanha imponente é o ponto mais alto do Brasil, estando a 2.995 metros acima do nível do mar. Escondida no noroeste da Amazônia, ela se eleva acima do dossel da floresta tropical e está quase sempre envolta em névoa.

Photo: Lucas Miagostovich
Além de ser a montanha mais alta do Brasill, o Pico da Neblina também faz parte de uma das regiões mais remotas e menos exploradas da América do Sul. Sua natureza selvagem, floresta densa e trilhas acidentadas fazem dele um destino que combina aventura, conservação e profundidade cultural.
No Planeta EXO, acreditamos que as viagens podem fazer a diferença. Nossas expedições ao Pico da Neblina são guiadas pelos Yanomami, os guardiões desse território sagrado. Cada viagem apoia as comunidades locais e ajuda a preservar os frágeis ecossistemas da Amazônia.
Agora, vamos ver 10 curiosidades fascinantes sobre o Pico da Neblina:
1. Ponto mais alto do Brasil
Com 2.995 metros, o Pico da Neblina é oficialmente o ponto mais alto do Brasil. Do seu cume, os viajantes se deparam com um interminável tapete verde de floresta tropical que se estende até o horizonte. Já imaginou estar acima das nuvens amazônicas? Essa é a recompensa de chegar ao topo.
O Brasil tem outros picos impressionantes, mas nenhum supera o Pico da Neblina. O segundo mais alto é o Pico 31 de Março (2.974 m), localizado nas proximidades, na mesma cadeia de montanhas. O terceiro é o Pico da Bandeira (2.892 m), entre o Espírito Santo e Minas Gerais.
Essas comparações destacam como a montanha mais alta do Brasil é realmente única. É um lembrete da diversidade das paisagens do Brasil, desde planícies costeiras e áreas úmidas até montanhas imponentes escondidas nas profundezas da floresta.

Photo: Lucas Miagostovich
👉 Quer saber mais sobre outros picos no Brasil? Veja mais em: 10 curiosidades sobre o Monte Roraima
2. Uma montanha sagrada para os Yanomami
O Pico da Neblina é conhecido como Yaripo entre os Yanomami, que o consideram um lugar sagrado onde residem espíritos ancestrais e o poderoso Xapiripë. Em sua cosmologia, esses seres dançam em espelhos de luz para proteger a floresta, sustentar a vida e evitar que o céu desmorone.
Os Yanomami são um dos maiores grupos indígenas da América do Sul, com mais de 27.000 pessoas vivendo entre o Brasil e a Venezuela. No Brasil, eles habitam territórios nos estados de Roraima e Amazonas, incluindo a área ao redor do Parque Nacional do Pico da Neblina.
Para os viajantes, isso transforma a escalada em uma jornada cultural e espiritual que destaca os riscos da ganância e a importância de proteger a Amazônia.

.
- .
- @bertoandry
3. O Pico da Neblina permaneceu fechado por anos
Até o início dos anos 2000, as expedições ao Pico da Neblina eram comuns, muitas vezes organizadas por operadores privados sem a participação dos indígenas ou a supervisão ambiental. Para os Yanomami, esse fluxo descontrolado de pessoas de fora em Yaripo, sua montanha sagrada, era profundamente perturbador.
Em 2003, após o aumento das tensões sobre os planos do governo para desenvolver a infraestrutura turística, o parque foi oficialmente fechado. O turismo permaneceu suspenso por quase 20 anos, até que um novo modelo baseado na conservação e na liderança indígena foi gradualmente desenvolvido por meio de diálogo e parcerias.
Um projeto-piloto foi lançado em 2019, com planos de reabertura em 2020, atrasados pela pandemia da COVID-19. Em 2022, a visitação foi retomada sob uma estrutura de etnoturismo liderada pelos Yanomami.
Hoje, os visitantes seguem rituais de purificação com xamãs antes de escalar, e cada expedição, como a Expedição Pico da Neblina do PlanetaEXO, é planejada com associações indígenas para garantir o respeito cultural e o cuidado ambiental.
👉 Saiba mais em nosso post: Ecoturismo na Floresta Amazônica: Uma solução para o desmatamento
4. O segundo maior parque nacional do Brasil
O Parque Nacional do Pico da Neblina tem uma impressionante 2,2 milhões de hectares, o que o torna o segundo maior parque nacional do Brasil. Apenas o Parque Nacional do Jaú, também no Amazonas, é maior.
Criado em 1979, o parque protege montanhas, rios e vastas extensões de floresta tropical ao longo da fronteira com a Venezuela. Sua localização remota o torna um dos menos visitados, mas também um dos mais intocados. Imagine um parque maior do que muitos países da Europa: essa é a escala de que estamos falando.
Para os visitantes, essa imensa área significa dias de caminhada por ecossistemas variados: floresta tropical de planície, florestas de nuvens, vegetação alpina e cumes enevoados.
👉 Curioso para conhecer mais áreas protegidas? Confira nossa postagem no blog: Parques Nacionais no Brasil que você deve visitar em 2025
5. A longa espera desde a descoberta até a subida
O Pico da Neblina foi identificado pela primeira vez por pessoas não indígenas na década de 1950, durante pesquisas aéreas na Amazônia. Mas foi somente na década seguinte, em 1965, que uma expedição finalmente conseguiu chegar ao seu cume.
Por que tanta demora? O isolamento da região, a falta de infraestrutura e a complexidade do terreno tiveram um papel importante. Ao contrário de outras montanhas com trilhas estabelecidas, chegar ao Pico da Neblina exigiu a construção de rotas através da floresta tropical intocada.
Essa lacuna mostra como é desafiador explorar a Amazônia. Mesmo quando algo é descoberto, pode levar anos ou décadas até que pessoas de fora de fato pisem no local.

.
Não é uma expedição fácil
Chegar ao cume do Pico da Neblina está longe de ser simples. A caminhada abrange cerca de 35 quilômetros desde o primeiro acampamento base até o topo, distribuídos em vários dias de caminhada pela densa floresta tropical, subidas íngremes e seções de terreno escorregadio.
Os alpinistas enfrentam travessias de rios, alta umidade, mudanças repentinas no clima e altitudes acima de 2.000 metros que exigem resistência extra. No total, geralmente são necessários seis dias de trekking desde o ponto de partida até o dia do cume, o que a torna uma das trilhas mais exigentes do Brasil.
Por esse motivo, é recomendada apenas para viajantes que já tenham experiência em caminhadas desafiadoras de vários dias e que gostem de aventuras selvagens e remotas.

.
6. A primeira subida ao topo
A primeira subida oficialmente registrada ao cume do Pico da Neblina aconteceu em 1965, realizada por uma expedição do Exército Brasileiro que confirmou a altitude de 2.994 metros. Esse reconhecimento mudou a geografia do Brasil: até então, o Pico da Bandeira era considerado o ponto mais alto do país.
Mas para os Yanomami, Yaripo, “a montanha dos ventos e das tempestades”, nunca foi “descoberta”. Eles sempre a conheceram e a reverenciaram como um lugar sagrado. A noção de “primeira subida” é, portanto, relativa: ela representa a perspectiva do näpe (não indígena).
Nos últimos anos, um momento histórico acrescentou um novo capítulo: Maria Yanomami tornou-se a primeira mulher indígena a escalar o Yaripo, juntando-se às expedições de teste que moldaram a rota turística oficial de hoje.
Sua conquista reflete o papel crescente das mulheres Yanomami na orientação, organização e manutenção das expedições ao Pico da Neblina.

@escoteirosdobrasil
👉 Quer viver essa aventura você mesmo? Confira todos os detalhes de nossa Expedição ao Pico da Neblina
7. Formado há milhares de anos
Os geólogos acreditam que o Pico da Neblina foi formado há cerca de 3 bilhões de anos, o que o torna parte de algumas das estruturas geológicas mais antigas da América do Sul. Ele pertence ao Escudo das Guianas, uma vasta região de rochas antigas que também inclui o Monte Roraima.
Essas formações são anteriores aos Andes e a muitas outras cadeias de montanhas famosas. Você consegue imaginar rochas mais antigas que a própria Pangéia? Esse é o tipo de história escondida nas encostas do Pico da Neblina.
Essa origem antiga explica as paisagens acidentadas da montanha, os penhascos íngremes e as constantes mudanças climáticas.

@mochilaodobem
8. Biodiversidade e curiosidades climáticas
Devido à sua altitude e localização, o Pico da Neblina abriga uma combinação única de biodiversidade amazônica e espécies das terras altas. Orquídeas raras, florestas cobertas de musgo e plantas alpinas prosperam perto do cume.
A vida selvagem aqui inclui antas, tatus gigantes e centenas de espécies de pássaros. A região também é um ponto importante para espécies endêmicas que não são encontradas em nenhum outro lugar. Por exemplo, plantas carnívoras como Drosera meristocaulis e Heliamphora ceracea crescem somente nas encostas da Neblina.
Anfíbios como Stefania neblinae e Neblinaphryne mayeri são exclusivos desse ambiente, enquanto o Neblina uakari (Cacajao hosomi), um primata descrito em 2008, ocorre principalmente nos arredores do parque.
Até mesmo aranhas, como a Architis neblina, foram identificadas como espécies exclusivas dessa montanha.
- Photo: Lucas Miagostovich
- Photo: Cesar Augusto Chirosa Horie
- @jeanboubi
- .
👉 Está se perguntando qual é a melhor época? Leia: Qual é a melhor época para visitar a Amazônia?
O clima é imprevisível: quente e úmido nas terras baixas, frio e nebuloso em altitudes mais elevadas, com temperaturas noturnas perto do cume caindo perto de 0°C.
Para os cientistas, essa mistura de ecossistemas é um tesouro. Para os viajantes, é um lembrete de que devem estar preparados para tudo: de chuvas repentinas a manhãs enevoadas.

Photo: Lucas Miagostovich
9. Uma localização nas profundezas da floresta
Então, onde fica o Pico da Neblina? A localização do Pico da Neblina fica no extremo noroeste do estado do Amazonas, bem na fronteira com a Venezuela, no município de São Gabriel da Cachoeira.
Chegar lá é uma aventura em si. Os viajantes geralmente voam de Manaus para São Gabriel da Cachoeira, depois seguem de 4×4 e canoa pelos rios Cauaburis e Maturacá até chegar à aldeia Yanomami de Maturacá, a porta de entrada do parque.
Essa localização remota explica por que a montanha permaneceu tão pouco conhecida por tanto tempo. Cercada por densa floresta tropical e rios, é uma das áreas mais isoladas do Brasil, e é isso que torna a viagem tão extraordinária.

@geoturismo_na_amazonia
👉Veja nosso artigo completo sobre Como chegar à Floresta Amazônica
10. O significado do nome
O que significa “Pico da Neblina”? Em português, significa “Pico da Neblina”, descrevendo a névoa constante que envolve seu cume. Mas o significado do nome é mais profundo quando consideramos seu nome Yanomami: Yaripo.
Para os Yanomami, Yaripo não é apenas um lugar físico, mas um marco espiritual onde o céu e a terra se conectam. Essa dualidade, o nome descritivo em português e o nome indígena sagrado refletem a mistura de ciência e tradição que define a montanha.
Desde seu reconhecimento oficial no século XX, o nome “Pico da Neblina” tem sido amplamente utilizado, mas as vozes indígenas garantem que Yaripo permaneça vivo na memória coletiva.
- @entreparquesbr
- .
Viajando com o PlanetaEXO
Visitar o Pico da Neblina não é uma caminhada comum. É uma jornada transformadora em que cada passo apoia os Yanomami e ajuda a proteger uma das últimas fronteiras selvagens da Amazônia.
Com o PlanetaEXO, os viajantes são guiados por aqueles que melhor conhecem a montanha, as próprias pessoas que vivem com ela há séculos.
Nossas expedições são planejadas com base no respeito, na sustentabilidade e na imersão cultural. Desde os rituais de bênção até as refeições compartilhadas nas aldeias Yanomami, cada momento é uma oportunidade de se conectar com a natureza e com as pessoas.
Agora é hora de você vivenciar as curiosidades sobre o Pico da Neblina através de seus próprios olhos.
👉 Pronto para dar o próximo passo? Entre em contato conosco hoje e comece a planejar sua escalada ao Pico da Neblina.